sábado, 10 de dezembro de 2011

DO LADO DE CÁ

Estamos em dezembro, próximo ao natal e por fim encerrando mais um ano. Dezembro, mês de confraternizações, mês de rever familiares, amigos, colegas e outros que somem praticamente durante todo o ano e resolvem aparecer neste período do ano (sai da toca).
            Durante as idas e vindas pelas ruas da cidade de São Paulo e por uma observação feita pelo professor de Educação Física J. P. Nery, ele me perguntou se eu já tinha observado o contraste social entre as duas extremidades da Ponte Estaiada Octávio Frias de Oliveira, localizada na cidade de São Paulo – SP, Brasil. 
            Ao passar por essa região, podemos perceber as diferentes realidades sociais, separadas por um rio (Rio Tietê) e interligadas por pontes e viadutos.
Do lado de cá o ambiente é precário, residências de baixo padrão (construídas de madeiras, latas, plástico; utilizam portas e janelas usadas; e até pedaços de telhas, os telhados são verdadeiros retalhos;), ou seja, favelas horizontais e favelas verticais (conjuntos habitacionais populares), sabemos que a política habitacional do lado de cá é tratada com descaso é ineficiente, e o Documento de Identificação aqui é o RG (cédula de identidade), o motivo eu não sei...  

Do lado de lá, o ambiente é totalmente desenvolvido e se desenvolve a cada dia mais, as residências são de alto padrão (edifícios, mansões, condomínios fechados, empreendimentos comerciais e entre outros) e quem não tiver condições de se manter lá, devido à alta do setor imobiliário é mandado, empurrado e / ou chutado para o lado de cá, portanto o Documento de Identificação aqui é o CPF (Cadastro de Pessoal Física), os motivos ainda não me explicaram...
            Há alguns dias atrás, estava com alguns professores discutindo a questão da utilização dos materiais recicláveis nas aulas de Educação Física, esse fato me deixa intrigado com essas possibilidades, não é que sou contra a utilização desses materiais (recicláveis ou reaproveitáveis), nem contra a sustentabilidade e a utilização dos recursos naturais de forma consciente. Então eu pergunto... É só nas aulas de Educação Física que devemos tratar esses assuntos? É assunto que só deve ser tratado ou trabalhado na Escola? E nos outros lugares? Nas casas? Nas Câmaras de Deputados Estaduais e Federais? No Senado? No Congresso Nacional? Onde seria o lugar ideal para tratamento de tema (Materiais Recicláveis e Reutilizáveis)? E por onde começar? Pelo topo ou base da pirâmide? Pelo lado de lá ou de cá?...Difícil néh? Hei, me ajuda aí!!!!
            Quando os professores falam em adaptações de materiais (bolas, colchonetes espadas, coletes, tatames, entre outros materiais que são utilizados nas aulas de Educação Física), ou seja, os alunos terão que criar com materiais recicláveis, bolas, espadas, coletes, tatames e outros, para alguns isso deve ser bacana, legal e maravilhoso, ver a criatividade dos alunos. Sabemos que os alunos da Rede Pública de ensino vivem em ambientes (casa, escola) precários e quando chegam à escola invés de ter um material de qualidade para ser utilizado nas aulas, aí vamos usar jornal, garrafa pet, e outras coisas mais.
Professores será que esquecemos que vivemos e trabalhamos no Estado mais rico do Brasil, no Estado que mais produz riquezas e que mais arrecada impostos, e os alunos merecem esse tratamento?
Não vemos os alunos de escolas ricas, jogando futebol com bola de papel, usar garrafa pet, pneus velhos entre outros, como porta-acessórios ou outra coisa qualquer, eles são os primeiros irem aos shoppings a compra o melhor para usar em no seu dia a dia, também sabemos que as grandes empresas e indústrias são as que mais poluem o planeta, os ricos são os grandes consumidores de produtos de eletro-eletrônicos entre outros, estes fazem a farra e são os pobres alunos da rede publica de ensino tem que salvar o planeta? Isso não é Injustiça Social? Nossos alunos além não usufruírem de nada, eles ficam com a pior parte do bolo (a sobra), ainda tem limpar os lixos, a água, as ruas, os esgotos, pior são responsabilizados pelo declino do planeta?
Que incrível, talvez seja os pais e os nossos alunos que estão acabando com a Amazônia. Viva a sustentabilidade, as Indústrias, as Empresas e a galera que vive no topo da pirâmide, Agradecem...
Para alguns, temos que pensar primeiramente no meio ambiente, talvez seja para os outros desfrutarem do dinheiro público em próprio beneficio?
Portanto, todos nós devemos nos preocupar com a sustentabilidade, reciclagem, consciência no uso de recursos naturais e reaproveitáveis, mas quero deixa claro, que sustentabilidade, reciclagem e o uso consciente dos recursos naturais, são questões de políticas publicas, ou seja, isso deve iniciado no topo da pirâmide e ser finalizado na base da pirâmide (escola).
Para as aulas de educação física, precisamos de materiais de ótima qualidade, cá estamos formandos cidadãos e não outra coisa.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Escola de Gaddafi

Para muitos a escola é o porto seguro e a salvação dos cidadãos, para que possam resistir os terremotos e tsunamis do capitalismo, isto é, para que conseguirmos ficar de pé no sistema capitalista, deve-se ter um nível de instrução elevado (graduação, especialização, mestrado, doutorados entre outros) e os que não possuírem serão arrancados e levados pelas gigantes ondas da concorrência e individualidade ou serão soterrados pelos destroços deixados pela instabilidade econômica, gerando o desemprego.
No entanto, sabemos que a função da escola é transmitir “tais conhecimentos” de forma organizada e sistematizada. Em pelo século XXI, a Escola permanece com os mesmo princípios das escolas do século XVIII, princípios como o individualismo e o conformismo social, ou seja, preparar os(as) alunos(as) para o mercado de trabalho.
A escola deve rever seus objetivos, pois os objetivos e propósitos das escolas atuais faltam clareza, deixando em dúvida que tipo de cidadão ela pretende formar, porque ao mesmo tempo em que ela favorece os grupos privilegiados, por condições de classe, etnia, gênero, por meios de mecanismo de seleção e classificação, anuncia sua condição essencial para a formação pessoal e social dos(as) alunos(as). Será que o plano de ensino ou planejamento desse ano, deve ser o mesmo que foi usado no ano passado ou retrasado? Os(as) alunos(as) desse ano são iguaiszinhos(as) e possuem as mesmas dificuldades dos(as) alunos(as) do ano passado? Será que os objetivos são e deverão sempre ser os mesmos?
O currículo escolar é determinante na formação dos(as) alunos(as), ele introduz formas particulares de vida, e funciona, na maioria das vezes, na preparação  dos(as) alunos(as) para assumirem posições dominantes ou subordinadas na sociedade.
 Quando os conteúdos não tem relação com a realidade dos(as) alunos(as), ocorre a má aquisição de conhecimento, não permitindo aos (as) alunos(as) melhores condições de aprendizagem e preparação para a cidadania, passando a contribuir com o aumento da desigualdade social e  a valorização de atributos e práticas peculiares de grupos dominantes (elites), ou seja, o currículo com seus objetivos e conteúdos vem  reforçando o Sistema Capitalista, por meio de comportamentos, atitudes, ações, valores e ética, distorcendo a realidade escolar. O currículo tem que ser elaborado com conteúdos que valorize a cultura dos(as) subjugados(as), que no caso são os(as)  alunos(as), pois a escola utiliza  e valoriza em seu currículo conteúdos de certas culturas dominantes em detrimento da cultura dos(as) subjugados(as).
Os conteúdos que são ensinados nas escolas têm como objetivo ensinar para transformar ou para controlar?
Parece-me que a escola esta preocupada com controle dos(as) alunos(as), assim eles vão ser obedientes as rígidas ordens de seus superiores, seja na escola, no trabalho ou onde estiverem, isto é, a “Escola de Muammar  Gaddafi”, escola ditadora de normas e  regras que impõe a vontade de empresas, industrias e governantes aos demais –  “Manda quem pode, obedece quem tem juízo” (é isso que escutamos quando dizemos e estimulamos as pessoas questionarem) – quem não obedecer será condenado  pelo desemprego, será inútil para o mercado e será considerado um rebelde. Essa é a visão que é passada para os(as) alunos(as) dentro das escolas, só sobreviverá quem for o melhor e que passa a estimular a concorrência desleal entre os(as) alunos(as).
 A educação pública ainda permanece na época industrial, em um momento pós-industrial.
O que fazer e como fazer para que a educação tome novos rumos?
Como Thoreau dizia, lei injusta se combate com desobediência civil. Então será que este é o motivo que os(as) alunos(as) andam inquietos, não fazem as lições que são a eles(as) impostas? A Escola não está sendo injusta com seus(suas) alunos(as)?
O ex-presidente Lula, fazia greves ilegais em 1978 e corria risco de ser preso a qualquer momento. Esse seria mais um motivo para os(as) alunos(as) colarem nas provas? As avaliações não estão sendo injustas com os (as) alunos(as)?
Rosa Parks, senhora negra que sentou num banco reservado a brancos e recusou a ceder o lugar a um branco em 1955, tornando o estopim do movimento Boicote aos Autocarros de Montgomery.
Seria este mais um motivo, que os alunos cabulam ou deixam de assistir determinadas aulas? Por que os alunos(as) não podem escolher o que eles querem estudar? Quando será que os(as) alunos(as) serão vistos e ouvidos na escola? Eles não possuem uma história?
Quando nossos(as) alunos(as) vão poder derrubar os ditadores industriais  e pós-industriais?
Para que nossos(as) alunos(as) possam derrubar os ditadores das indústrias, da comunicação, das mídias, da política, da educação entre outros e ser emancipado do sistema, deve ser revisto a “relação de poder” que ocorre diariamente dentro dessa instituição chamada ESCOLA.
As crianças, os Adolescentes e os Adultos, não podem ser manipulados pelos Gaddafis das indústrias, ou seja, para que isso aconteça a Escola deve ser um espaço de discussão social e sem ideologia.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Aula 6 (seis) por ½ (meia) dúzia


Ultimamente ou melhor nas últimas décadas, vemos que as aulas de Educação Física nos Ensino Fundamental I, II e Médio, continuam sendo as mesmas.
Desde que iniciei meus estudos no ensino infantil, as aulas foram às mesmas, ou seja, Rachão de futebol para os meninos e roda de voleibol no fundo da quadra e às vezes lá no pátio da escola para as meninas.

Já nos Estágios Supervisionados, pude acompanhar de perto praticamente as mesmas aulas, aulas que tinham por objetivo o desenvolvimento motor, condicionamento físico e outras que nem sequer tinham objetivo algum.
Por incrível que pareça, quando descobri que aprendi chutar uma bola, mas não foi na escola ou foi?
Lembro que aprendi na rua, no quintal do barraco onde morava, no recreio da escola e em outros locais da comunidade, chutando latas, bolinhas de gude, tampa de garrafa, pedras,bexiga. Agora isso eu tenho certeza que o rachão era na escola, nas aulas de Educação Física. Isso só reforçou o resultado que eu já sabia......Sou ruim de bola até hoje.
            Em que adiantou as aulas de coordenação, desenvolvimento?
            Hoje como professor de Educação Física, te pergunto - O que esse tipo de aula contribui na formação dos(as)  alunos(as)?
            A escola é um local de transformação social, mas hoje as escolas se tornaram um local de controle social, onde aluno é o maior prejudicado no jogo do poder, é controlado e vigiado, desde o momento que ele entra na escola, nos recreios e até na hora em que ele saí escola.
Os (as) alunos parecem que se tornaram uma peça no tabuleiro de xadrez, para sair de um lugar para o outro, este deve ter consentimento de alguém, paremos e pensamos, “ O que por trás desse Jogo” (http://www.gpef.fe.usp.br/teses/alessandra_01.pdf  ) ? Quem está controlando as peças no tabuleiro?
            Professores para rolar a bola na quadra, pra que estudar 4 (quatro) anos?
            Quando questiono alguns professores de Educação Física, sobre o assunto “Futebol” na escola, durante as aulas de Educação Física. Se eles(as) trabalham somente com futsal em suas aulas, eles dizem que trabalham com outras modalidades, sendo elas: Futsal, Handebol, Basquetebol e Voleibol.
            Isso não é 6 por ½ dúzia?
            Trocar a bola de Futsal pela a de Vôlei, a de Basquete pela de Handebol?
            Quais são as contribuições que dessas e outras modalidades trarão para educação?
            Quais são os objetivos dessas aulas? Não são os mesmos?
            Quantos viraram atletas?
            Há e quantos deixaram de participar das aulas, ficando excluídos(as)?
            Será que é este tipo de Educação Física, que deve continuar nas escolas?
            Estamos educando para controlar ou transformar os alunos(as)?
            Devemos estar atentos para não darmos continuidade às aulas de modelo mecanicistas e tecnicistas que não leva os(as) alunos(as) a lugar algum, ou seja, só a reprodução de movimentos.

sábado, 8 de janeiro de 2011

ENTREVISTA DE EMPREGO

Amada pelas empresas e apaixonada pelos trabalhadores que estão em busca de recolocação profissional, de grande importância para encontrar o profissional ideal para posto de trabalho.
Vemos que inúmeros especialistas em recursos humanos comentam e dão maravilhosas dicas:
·          qual roupa que a pessoa deve usar no dia da bendita entrevista;
·          como se comportar;
·          o que devem falar e como falar...e
·          blábláblá...entre outras balelas...
O que parece, é que o entrevistado é uma criança que esta aprendendo a comer com talheres... ou aprendendo a mastigar... No momento que levar o talher (garfo, colher, faca, os dedos), SEI LÁ, cada um utiliza o talher, as mãos o que achar melhor...
           Tudo isso para que uma simples resposta que na maioria das vezes é "NÃO"  vire  "SIM".
Quem gosta de entrevista de emprego?
Estive conversando com o J. P, um excelente professor de Educação Física, que utilizará em suas aulas a abordagem pós-crítica... e conversamos sobre entrevistas de emprego, e perguntei para ele o que responder nas perguntas clássicas das entrevistas de emprego.
·          Quais são os seus pontos fortes?
·          Quais são os seus pontos fracos?
·          Quais são as suas qualidades    
·               Quais são os seus defeitos?
·          Por que você quer trabalhar nesta empresa?
·          O que você vai fará para crescer na empresa?
Quem nunca teve vontade de falar tudo o que está entalado na garganta no momento da entrevista?
Mas não devemos esquecer, tem coisas que são obrigações (ser honesto, pontual, não faltar no emprego) e não qualidades. Também vemos que as empresas procuram profissionais que tenham iniciativa, proativo e que saibam trabalhar em equipe.
Pra quê ter pessoas com iniciativas, proativas e que saibam trabalhar em equipe?
Quando chegamos ao novo emprego, vamos dar uma dica ou sugestão, o chefe fala:    - Fica quieto, você mal chegou e já esta opinando, ´vai fazer seu serviço, vai...quem manda aqui, sou eu...

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