domingo, 2 de setembro de 2018

ELEIÇÕES: Escola Sem Partido ou Escola Cem Partidos?

Em todas as eleições a educação é apontada como a solução para os inúmeros problemas que assolam a sociedade brasileira. Onde alguns defendem que a escola deve ser "apartidária" (sem partido) e propague aos seus estudantes conhecimentos de determinada cultura em detrimento de outras, enquanto a outra parcela da população compostas docentes, gestores, pesquisadores, estudiosos e os grupos minoritários (negros, mulheres, LGBT's, indígenas, imigrantes e outros) enfatizam a necessidade de uma "escola multipartidária" (cem partidos) que reconheça os diferentes sujeitos e culturas que estão presentes nas escolas e na sociedade.


Para compreender um pouco mais sobre as configurações e as diferenças existente entre a "escola sem partido" e "escolas cem partidos", leia artigo  "MULTIDÃO: POR UMA ESCOLA CEM PARTIDOS" (SOUZA, 2018).

RESUMO: O presente trabalho aponta que a sociedade brasileira é composta por uma multiplicidade de sujeitos e culturas, e que embora a Constituição Federal de 1988 garanta a educação como um direito de todos os cidadãos, esta, por muitos anos tem reconhecido durante a escolarização básica apenas as identidades dos grupos sociais ou culturais dominantes e propagados seus saberes aos demais cidadãos. Exposto isto, com objetivo de reconhecer as múltiplas culturas, as singularidades dos sujeitos e os diferentes tipos de conhecimentos (senso comum, filosófico, científico e religioso), com base em pesquisa bibliográfica, apresenta-se e confronta-se os conceitos de “povo” e “multidão” e suas contribuições para a organização do Estado Moderno e da educação na formação do novo cidadão. No tocante a educação: ao tomar o “partido do povo”, ela passa a ser caracterizada como “educação apartidária” por apoiar sua proposta de educação nas teorias curriculares tradicionais e passa a ser executada por uma “escola sem partido”; e ao tomar o “partido da multidão”, suas propostas educacionais são fundamentadas nas teorias curriculares pós-críticas, as quais assumem características de “educação multipartidária” e desenvolvida pela “escola cem partidos”. Encerra-se indicando que, apesar da escola ser um espaço destinado a todos, esta ainda precisa firmar-se como um espaço político de negociações, diálogos, desconstruções dos discursos naturalizados e de formação de cidadãos sensíveis e solidários aos diferentes sujeitos.